segunda-feira, 31 de março de 2008

Há dias em que tudo o que vá alem de estar só se torna numa prisão. Imagino um actor, em cima do palco, de repente a vertigem de não ser, aquele momento onde ele só deseja que as luzes se apaguem e que tudo em seu redor desapareça. Não penso ser um mau actor, gostaria era de ter de actuar com menos frequência.

domingo, 30 de março de 2008

sábado, 29 de março de 2008

Pergunto-me para onde vais. Queres que atrás de ti corra? Não me apetece mexer. Este sitio não é meu, mas será que em ti há um que para mim seja. Estou aqui. Olha para mim. Consegues ver o que sou? Não sou um produto teu, sou apenas uma folha que do teu esplendor se libertou e agora deriva nos ventos da incerteza de ser. Estás ai? Porque me ignoras? Pelo menos deixa-me explodir, ou torna o meu corpo volátil e deixa-me evaporar, deixa-me ser a névoa da manhã, deixa-me ser as gotas que em ti mergulham num dia de chuva, deixa-me ser o trovão que rompe a tua noite

deixa-me

vida.

Gosto de ti. Recordo o que já vivemos, toda a nossa alegria. Olho para aquilo que das nossas mãos nasceu, vejo-te em tudo. Quando não estás tenho saudades do que sou contigo, és o que de bom há em mim, sem ti nada sou. Tenho medo de te perder, de deixar que tudo o resto te leve, e eu me torne definitivamente naquilo que sou, no frio ser que não sabe sentir. Por favor não me deixes...

Já agora, quem és? E que fazes dentro de mim?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Acordo violentamente, uma imagem de alguem a cair estilhaça-se na minha cabeça... dizem chamar-se rapid eye movement, é aquela parte em que estamos mais perto de estar acordados mas ainda dormimos, são essas as imagens que retemos dos nossos sonhos.
Não sei quem cái, normalmente as personagens dos meus sonhos não têm rosto, isto nos sonhos que tenho enquanto durmo, como é obvio. Depois um sentimento de perda, uma vontade enorme de voltar, não sei onde, não sei porque, uma vontade de largar tudo e correr, correr não sei para onde, atrás de não sei quem. Fecho os olhos. Apetece-me chorar, não sei a razão. Larga, larga, larga, deixa ir, deixa voar, não deixes que aquilo que não consegues perceber te arraste, te puxe.
Enfim a luz, o sol entra pela janela. Estou aqui, isto é a realidade possivel de quem á muito se prendeu aos seus sonhos....

Onde estás? Afinal quem és?

Preciso de um pouco de tempo. Do teu tempo. Preciso de um pouco de paciência. Da tua paciência. Preciso de um pouco de alegria. Da tua alegria.

Preciso de um sorriso. Nos teu lábios. Mergulhar.


(Wish I was old and a little sentimental You gotta see the waves, not the wine bottle muaaaaaaaa :-\)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Wish I was old and a little sentimental
You gotta see the waves, not the wine bottle

Hoje andei o dia todo a "cantar" (cof cof..) isto, portanto obrigado senhor Steven Wilson pela oportunidade que me ofereceu de passar mais um dia nosense na minha alegremente estúpida vida :-)

- O que, maluco? Sim sou, e gosto tanto :-p

(depois de escrever esta "coisa" fiquei a pensar na diferença entre estúpidamente alegre e alegremente estúpida o_O)

So don’t let them hurt you
They don’t feel like we do
They hang on to things
They’re puppets with strings
With no one to pull

So don’t let them push you
Don’t let them use you
And even if you fall
Just say “fuck them all”

When you hit the floor

When u hit the floor - David Fonseca

quarta-feira, 26 de março de 2008

Raramente penso na minha idade, não sei se acontece com toda a gente, ate que em determinada ocasião faço algo mais acriançado e alguem me lembra que não o sou. Claro que com a minha idade ainda não sinto no corpo o passar dos anos, mas quando penso nos 25 anos que passaram sinto um certo vazio, não que neles nada se tenha passado, porque se passou muita coisa, apenas porque eles me encaminharam até aqui, onde estou agora. O mais estranho é que olhando para trás não vejo muitas coisas que me arrependo de ter feito e no entanto o sitío onde todas essas coisas me conduziram não é propriamente aquele onde desejaria estar...

terça-feira, 25 de março de 2008

Hoje dei por mim a pensar em qual será a característica que mais valorizo no carácter de uma pessoa. Não sei se influenciado pelo acto que deu origem a esse pensamento, mas cheguei à seguinte conclusão: depois de conhecer minimamente a pessoa, aquilo que , quase inconscientemente, analiso é o fosso entre aquilo que a pessoa é e aquilo que ela pensa que é. Isto tem um nome?
Claro que isto é imensamente estupido, porque uma analise deste tipo não pode ser feita quando está presente o minimamente na frase. Obvio tambem é que aquilo que eu penso da pessoa não é propriamente aquilo que ela é, e aquilo que uma pessoa passa cá para fora pode tambem não corresponder áquilo que ela realmente é.

Não vou continuar mais, isto é doentio.....

III

Temporary Peace - Anathema (2:30-4:00)

Beyond this beautiful horizon
Lies a dream for you and I
This tranquil scene is still unbroken by the rumors in the sky
But there's a storm closing in
Voices crying on the wind
This serenade is growing colder breaks my soul that tries to sing
And there's so many, many thoughts
When I try to go to sleep
But with you I start to feel a sort of temporary peace

There's a drift in and out

(este era para ser o primeiro, porque se é que há coisas que se podem considerar perfeitas este minuto e meio é uma delas...)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Que será feito dos meus sonhos inacabados?

Quando perdemos algo há sempre um determinado período em que ainda temos a esperança de o voltar a encontrar, período esse que é directamente proporcional à falta que esse algo nos faz. O mesmo se poderá dizer em relação a algo que gostávamos de ter. Por isso é que os sonhos se desvanecem, porque com o tempo aquilo que queremos é substituído por outra coisa. Entra então em acção as prioridades, não deixamos de querer o que foi substituido, mas esse algo passou a ter uma prioridade inferior áquilo que queremos agora. Quantos mais forem os sonhos inacabados maior a lista, e aqueles que ficam lá para o fundo vão sendo esquecidos. Depois, com sorte, vamos realizando alguns deles, ou então vamos desistindo deles porque nos sentimos incapazes de os alcançar, não que não sejamos de facto capazes, apenas não acreditamos, e chega um momento em que chegamos ao fim da lista, ou, pelo menos, ao fim da parte da lista a que a nossa memória nos permite chegar.
Não vou sequer pensar como lá cheguei, mas acho que cheguei lá....

Snow Cake

"Não me lembro quando foi que reparei nas minhas sobrancelhas, mas sei que foi quando tudo começou.
Que importância tem o momento?
O passado é só uma recordação. O futuro, uma fantasia. É apenas no presente... que de facto vivemos."

domingo, 23 de março de 2008

Pior que não ter só nunca ter tido, pior do que precisar só sempre ter precisado. Gostava de sentir o teu peso sobre mim, gostava de ter em ti um abrigo, e para ti, um ser. O tempo, a vida, que conceitos obsessivos, que regras pesadas para seguir. Fugir... não sei bem porquê mas esta é a palavra que tomo como chave, mas sei que há portas que são feitas apenas para estarem ali, como opção, e que uma vez abertas, por detrás, apenas uma parede, para nos dizer que falhámos, um tente outra vez... Depois o vazio, o ponto que somos no mundo a gritar para nós - estás morto.

sábado, 22 de março de 2008

Quando quiseres serei, quando precisares estarei, quando estremeceres suportarei, ao teu sinal viverei, até lá olho deslumbrado para ti, para as tuas asas a quebrarem o vento, não que seja incapaz de voar, apenas não tenho coragem para me fazer ao teu céu.

II

Things we lost in fire ( 1:34:00- )

AUDREY
We lost so many things. Old photo albums, baby clothes, important documents... I was very upset.
(and then)
And Brian came up to me with the idea to build his office. He wasn’t that upset.
(a beat)
And I started crying and he held me. And I asked how he could be so calm. We were losing so much. And Brian said those were just things...
(then)
And we still had each other.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Há uma altura da nossa vida em que nos julgamos capazes de agarrar o mundo e com ele rodar, rodar, rodar e rodar, e a certa altura lança-lo no ar, bem alto. Depois, quando voltamos a ter a percepção que ele existe, já ele caiu e nos esmagou...

-Porque corres? Não consigo perceber do que foges...
-Não estou a fugir a nada nem a ninguém, corro porque não posso parar.
-Não podes parar?
-Parar da-me tempo para olhar para eles?
-Eles?
-Os meus medos, os meus fantasmas.
-E já pensaste que correr pode não ser a melhor solução?
-Sim, mas só quando estou cansado...

O Momento

Existem coisas, pequenas coisas, que nos arrebatam. São pequenos espaços de tempo em que instigados pelas emoções sentimos um arrepio que nos faz viver... Em mim as coisas que têm esse poder são quase todas situações ficcionais. Com a realidade tenho dificuldade em me comover....


Your Troubles Are Over - The Gathering (2:00 - 3:00)

Faster than
The speed of mind
Both my arms are wrapped around
This new experience
My head in clouds
My feet firmly on the ground

Towards the light
I will walk
And wrapped my arms around the ground
Beneath my feet
Towards the light
I will run
Towards the light

quinta-feira, 20 de março de 2008

Por entre o silêncio da noite o som abafado da minha respiração faz-me crer que algo vive neste vazio em que me encontro. De repente, a pergunta. Será que só eu é que sinto o prazer da liberdade sufocante da solidão?

quarta-feira, 19 de março de 2008

(de)Mente

A vida é uma montanha russa de emoções, dizem, e eu concordo. Penso que será assim com todas as pessoas. A constante sucessão de momentos bons e momentos maus torna possível a sua diferenciação, porque senão seria um marasmo de sentimentos. O que difere é, talvez, a velocidade que a que essas mudanças se fazem. Em mim acontecem a uma velocidade estonteante, quase comparavel a um qualquer desequilíbrio mental, chegando mesmo a estar bem e mal ao mesmo tempo. Se isto não é loucura o que será então...

terça-feira, 18 de março de 2008

Voltar

Por vezes é preciso voltar atrás, voltar áquele sitio onde pensámos nunca mais voltar. Deixar de parte o orgulho da evolução, e por momentos sentir o alívio de regredir, de repensar e de reorientar.
Gostava de renascer, mas isso implicaria esquecer tudo o que foi, e desistir daquilo que está para vir. Talvez, se possivel fosse, um renascer parcial, o renascer da vontade, o renascer da esperança.

É dificil lutar por algo em que não acreditamos...

domingo, 16 de março de 2008

:-)

Pelos misteriosos caminhos do meu ser, deixo de ver aquilo que penso ser, como quem perde de vista alguem que persegue com a convicção possivel que o facto de não ter a certeza de ser a pessoa que busca permite. Talvez me volte a encontrar, e quando der de caras com aquilo que sou, sorria. Não que espere muito daquilo que posso encontar, mas que sorria apenas como quem encontra, finalmente, aquilo que procura há tempo suficiente para ter esquecido que o faz. Quem nunca encontrou algo que um dia precisou? Não que no dia que me encontre, já não precise mais de mim, mas faço-me tanta falta agora...

sábado, 15 de março de 2008

Fazer

Mesmo sem dar por isso procuro fugir, não conscientemente, mas com uma eficáciia magnífica. Tudo o que me dá a possibilidade de esvaziar a mente torna-se algo de agradável. O ciclo constante de pensar e agir é a unica maneira de manter a minha saude mental num estado minimamente são. Deixar fluir os pensamentos torna-se nesta altura algo de doentio, nunca me achei capaz de encontrar o sentido, mas pelo que vejo não anda por ai muita gente há procura, não sei se isto é, da minha parte, um passo á frente ou um passo atrás, acho que é apenas, e como tudo o resto, um facto. No fim nada interessa, e hoje, agora, o prático tem muito mais importância que aquilo que nos anda pela cabeça...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Quando algo que faz parte daquilo que somos, e que provavelmente nunca conseguiremos deixar de o ser, nos começa a sufocar que devemos fazer?

quinta-feira, 13 de março de 2008

lately i've been wishing i had one desire
something that would make me never want another
something that would make it so that nothing matters
all would be clear then



Bright Eyes - A Perfect Sonnet

Wake me

Há um momento, mesmo que imperceptível, em que deixamos de acreditar, momento esse em que algo em nós morre. O sonho é como um barco que largamos ao mar e esperamos que chegue a bom porto, o vento que lhe sopra as velas é a inocência de acreditar. No momento em que a perdemos, ou quando temos a percepção que ela nos abandonou, em nós algo muda, algo que nos torna mais frios, como se um pedaço da capacidade de sentir nos fosse arrancado.

E agora?

Os dias continuam a nascer, e a inocência é algo que não se recupera, não se pode devolver uma lágrima ao sítio onde nasceu. O que nos resta?

-Queres entrar nesta peça?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Origem

Ando há já algum tempo para fazer este post, não que seja algo importante, é apenas algo que gosto sempre de desmitificar.
Em mim muito pouco, ou mesmo nada, há de original. A minha cabeça é uma amálgama de pensamentos apanhados no ar, e semi processados. Não quero dizer que veja nisso uma coisa má, é apenas um facto.
Um dia li algures (sei exactamente onde mas isso tambem não interessa) que os gestos que fazemos não nos pertecem, que tendo em conta a quantidade de gestos possíveis ao corpo humano e a quantidade de pessoas que já viveram seria algo pretensioso querer fazer um gesto nunca antes feito. Percebemos isso quando vimos um gesto que costumamos fazer no corpo de outra pessoa, percebemos então que são eles, os gestos, que nos usam a nós.
Penso que isto se aplica a tudo, podemos fazer melhor, mais rápido, mais bonito, mas dificilmente faremos algo de realmente novo, é uma questão matemática... Podemos ver isto como algo limitador, mas é apenas um facto.
Torna-se então importante perceber os outros, pegar no que eles deixaram cair, para que não façamos o mesmo caminho que eles, é preciso continuar a correr, é preciso continuar a avançar e quando chegar o momento é preciso passar o testemunho...

terça-feira, 11 de março de 2008

Egoísmo

E afinal o vento continua a soprar...

Que faz de nós o facto de não lutarmos contra? Saber que está mal e esconder por detrás da capa da impotência tornar-nos-á iguais aquelas que fazem o mal? Será a inacção uma forma de cooperação com o opressor?

Hoje em dia todos nós temos uma analise deste ou daquele problema, todos sabemos o porquê e todos temos uma ou duas soluções para o mesmo. Todos pensamos ser suficientemente inteligentes para passarmos ao lado desses problemas.

Não será a nossa passividade parte do problema?

Faz-me alguma impressão aquilo que vejo, aquilo que chamam a actualidade. E que tal, por um pequeno instante, desviarem o olhar do vosso umbigo e dar uma vista de olhos no que vos rodeia?

Pensava que só eu é que era egoista, afinal somos tantos...

segunda-feira, 10 de março de 2008

O grupo

Ouvi dizer que num grupo de pessoas que devia funcionar como tal, basta que cada um se protega a si mesmo para que o grupo funcione.
Isto corresponderia à verdade num grupo de pessoas inocentes(ou inteligentes) o suficiente para se defenderem a si próprias sem lixar um outro alguem.
Hoje em dia vivemos a cultura do melhor, deixámo-nos de contentar com o ser bom naquilo que fazemos, e queremos agora ser melhor, e para ser melhor é sempre preciso alguem para comparar aquilo que somos. Um grupo em que existem pessoas que querem ser melhores é, quase sempre, um grupo destinado a falhar enquanto tal.
Por vezes é necessário esquecer o ego, deixar que aquilo que fazemos tenha outro nome que não o nosso. Por vezes é preciso sentir a alegria da conquista de alguem que como nos persegue o objectivo do grupo.

Por vezes é preciso aceitar que somos uma peça minuscula de um puzzle gigantesco...

domingo, 9 de março de 2008

Para o melhor

Muitas são as escolhas que temos de fazer, muitas são as que fazemos mal e muitas são tambem as que fazemos bem.
Mas o que realmente define uma boa, ou uma má, escolha?
Partindo do princípio que para analisar uma escolha teremos de primeiro ter contacto com as suas consequências, será sempre dificil tomar uma decisão no momento em que é preciso faze-lo.
Mas depois, depois da tempestade passar será uma boa escolha aquela que nos deixa bem com a nossa consciência, mesmo que isso provoque em nosso redor um colapso, pequeno que seja, no nosso mundo?
Ou será uma boa escolha aquela que menos danos colaterais provoca, mesmo que pouco a pouco essa decisão de poupar os outros nos consuma a nós próprios?
Escolher é como soprar uma pena da palma da nossa mão, depois de ela levantar voo não mais teremos controlo sobre a direcção que toma.

sábado, 8 de março de 2008

When your mind's made up

Nos teus olhos procuro os meus:

Aquilo que sou é, nesta altura, pouco vulnerável a intervenções vindas do exterior. É dificil procurar algo mais do que aquilo que desejo ver. Mas aquilo que o meu olhar procura não encotrarei em mais ninguém senão em mim. Isto tem um nome. Mas os nomes têm, por vezes, o peso de histórias passadas.

Procuro por mim em ti:

Procuro por mim todos os dias. Procuro aquilo que há de mim nos outros...

Inimigo

Há muito julgo haver múltiplas verdades. De momento não penso sequer na consistência desse facto, mas tambem já nem sei se ele corresponde áquilo em que acredito. Aquilo em que acreditamos é aquilo que achamos ser a face verdadeira de uma situação. Do outro lado estão os outros, aqueles que por terem um ponto de vista diferente do nosso se tornam inimigos.

sexta-feira, 7 de março de 2008

-Where were you last night?
-That's so long ago, I don't remember.
-Will I see you tonight?
-I never make plans that far ahead.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Enjoy it

Todos temos algo que gostaríamos de apagar da nossa memória, algo que nos persegue á muito tempo ou algo que nos atormenta no presente. E se de repente nos fosse dada essa oportunidade, quais seriam as consequencias. Apagar da nossa memória um erro passado, não fará mais que aumentar a probabilidade de, numa situação idêntica, errar no futuro. É estranho, por este ponto de vista talvez fosse preferível termos memórias de erros que não cometemos no passado. Por outro lado teríamos uma nova oportunidade, sem o peso do erro passado perante a mesma situação.

Estes pensamentos ocorrem-me depois de (re)ver o filme " Eternal Sunshine of the Spotless Mind". O filme foi concebido a partir de um excerto de um poema de Alexander Pope's chamado "Eloisa to Abelard" .

"
How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd. "

No filme o promenor mais focado é o amor, e como esse poderoso sentimento resiste a todo e qualquer tipo de esquecimento. O filme tem momentos mágicos mas um dos meu preferidos é um dialogo na praia ja durante o processo de destruição das memórias de Joel.

Clementine: This is it, Joel. It's going to be gone soon.
Joel: I know.
Clementine: What do we do?
Joel: Enjoy it.

E é isso...

Tão simples...

Enjoy it.


"Cos no matter what i say
no matter what i do
i cant change what happened"


quarta-feira, 5 de março de 2008

Sobrevivência

No mundo em que actualmente vivemos é dificil sobreviver, provavelmente mais ainda do que na altura em que com umas quantas folhas a tapar as zonas genitais deambulavamos pela selva em busca de algo para nos alimentar.
Por mais cautelosos que sejamos com a nossa defesa, existem sempre situações que não conseguimos controlar, e quando isso acontece entra em acção o mais primitivo de todos os actos humanos, a sobrevivência. Não sei se será possível a alguem não passar por isso.
Normalmente em situações em que a razão é deixada em segundo plano fazemos coisas que não esperavamos fazer, olhamos para elas, depois de feitas, como algo só possível em nós num estado de inconsciência total, mas esse facto não nos iliba de as termos feito.
Hoje olho para trás e tento encontrar, no meu passado, alguma dessas situações, não me lembro de nenhuma, não quer dizer que não existam, apenas que não tiveram a força necessária para se cravar na minha memória. Esse facto, de certa forma, deixa-me triste, não sei o porquê mas gostava de explodir mais vezes, de perder o controlo mais vezes, de me sentir vivo mais vezes.

Gostava de gritar...

terça-feira, 4 de março de 2008

Cassandra's Dream

Afastando-me um pouco da crítica cinematográfica, agarro no enredo deste filme, que ontem vi no cinema, e diga-se de passagem em condições que nunca pensei a vir a ter num cinema nos dias de hoje (miseráveis), pelo elemento que o vai fazendo evoluir, a ganância. No filme está bem vincado o poder de tal ambição, do querer a qualquer custo. O filme leva-nos de certa forma a pensar naquilo que somos capazes de fazer para alcançar os nossos objetivos. Matar alguem que não conhecemos como meio de chegar áquilo que desejamos é o extremo, mas é também uma metáfora para aquilo que diariamente fazemos, porque quer queiramos quer não é difícil estar numa corrida e não tirar algo a alguem. Lá pelo meio aparece os problemas de consciência, a luta entre o olhar para a frente porque já está feito e a constante reprovação do que se fez, e de como uma e outra forma de olhar para o mesmo problema pode ter resultados tão diferentes.
É sempre bom pensarmos nos nossos limites, tentar perceber até onde estamos disposto a ir, mesmo que depois quando a corrida começar demonstremos que nos conheçemos tão mal.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A Resolução

Tudo na vida é ciclico. Dizem. Em mim o interesse é ciclico.
Ser-se capaz de focar o interesse em algo durante um longo período de tempo é, sem dúvida, pelo menos para quem o não tem, um dom. Talvez por isso é que tudo tem um fim, não que o fim seja propriamente o acabar da coisa em si mas sim o fim do nosso interesse por ela. Muitas foram as coisas que pelas mãos da minha falta de interesse morreram.
Não sei, ao certo, o que cativa o meu interesse . Talvez o medo da inércia. Talvez o relógio na sua caminhada imparável. Não sou só eu, com toda a certeza, se é que assim se pode quantificar tal coisa, que sinto a opressão do tempo, o ter de o tornar útil. Útil. Útil não é mais que um conceito pessoal. Não sei ao certo se aquilo que a cada dia que passa me proponho fazer pode ser considerado útil. Será, pelo menos, mais útil que a inacção, ou talvez não.
Tentar tem sempre uma de duas consequências, conseguir ou não conseguir. Não tentar poupa-nos da segunda, mas também nos rouba o doce sabor da primeira. A única coisa que podemos realmente escolher é se queremos tentar, pois as consequências vão e vêm envoltas numa tempestade de sentimentos.
Aquilo que sou é demasiado pequeno para tentar exprimir em palavras, quanto mais se com elas não se souber brincar. Resta-me então tentar.