domingo, 30 de novembro de 2008

pequenos pedaços do rascunho, agora espalhados neste chão onde a vida tenta assentar, perturbam a paz de ser, em pequenos momentos agarram-me, prendem-me, mostram-me a fraqueza da minha força. como se o vento não existisse. depois vem uma vontade, de querer, e nasce outra vez, não sei porque, mas como uma pequena restia de esperança, de sonho, apenas para me fazer ver que nada sou.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

como a agua que cai de uma cascata, cai o que és em cima dos meus pensamentos expelindo tudo para fora e deixando esse espaço cheio de uma corrente confusa de ti

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tento agora fechar a mão, tento com esse movimento agarrar tudo o que consegui, e as pontas dos meus dedos tocam a palma da minha mão. O que posso?
Não vale a pena pensar o caminho se no momento de por os pés no chão a dor nos imobiliza, podemos até ter a vontade, mas do que nos vale se não temos a força para a tentar. Menos do que nada ser é nada conseguir para o tentar, é mais dificil respirar quando a força é um estado passageiro, que está quando estás. E agora onde estás?
Fecho os olhos para te procurar e estás em todo o lado, mas agora só este corropio de palavras sem sentido consigo ver, não consigo tocar o sonho, para que que servem eles se não lhes conseguimos tocar, o que valem quando existem nesse longínquo sitio que existe na hora de dormir. Para onde posso correr?
Quero tanto tentar ser, e doi tanto não perceber o que isso pode ser, terei de partir para conhecer o limite? Não consigo forçar mais e no entanto estou aqui imune a tudo porque nada tenho.

não molhamos a mão enquanto não tivermos a força para esticar o braço e a colocarmos do lado de fora, onde a chuva cái.
só queria gritar que estou a tentar viver, mas mesmo agora a voz falha-me.

domingo, 9 de novembro de 2008

Entre as mãos tenho este novelo, não como dantes, no princípio, esquecido agora, um pequeno nó prendia a ponta ao ponto de partida, desenrolar mais um pouco era um passo em frente, em direcção ao futuro, sempre claro, sempre vazio. Depois, depois, será que existiu um antes, ou será o depois o esquecimento rotineiro do ontem, sei que a certa altura corria sem olhar para trás e passava pelo tudo que nada era como se partisse para sempre, para um sitio distante, uma terra sem sombras e onde as unicas pegadas, as minhas, não mais que segundos perduravam no solo. Ao chegar tiro do bolso este novelo, que agora tenho entre as mãos, a minha vida enleada numa imensidão de nós, escondida é pressa por entres a fuga á vida que nunca consegui viver.
Aqui, agora, tudo é novo, a minha sombra voltou, e desenha no chão uma mancha disforme, um ser esquisito, entre as mãos aquilo que parece ser um desperdicio de fios de lã. Agora ao caminhar vejo as minhas pegadas no chão e com elas muitas outras, tenho medo, e as lagrimas inundam os meus olhos, como vi aqui parar. Sem perceber porque procuro por uma das pontas, lá bem no centro, deste novelo que agora seguro entre as mãos, encontro uma delas e faço um nó para a segurar ali na nova etapa, na nova oportunidade. Começo a andar e pouco tempo depois tenho nas mãos o primeiro nó, o primeiro vestigio do que foi e deixou nele a sua marca, o facto desapareceu mas a ferida continua aqui à espera de ser desatada, de repente percebo que não é possivel, que tudo o que está aqui neste fio de lã, que agora volto a desenrolar, estás para sempre, como a marca que um objecto afiado deixa na pele.
Não percebo o porque, sou uma imagem ridicula de algo que poderia ser, um sonho esquecido, largado a meio e agora sem possibilidade de continuação, sou o corpo perdido de uma alma em fuga, um circo sem cor.
Deixa-me rir.
Sou eu e procuro em tudo o que não posso, porque posso tão pouco que se torna mais facil sofrer por não conseguir, procurar é uma tarefa impossivel e de repente dou por mim a pensar como será possivel estar ainda aqui, onde me levas vento?
Queria tanto poder voltar, voltar a ter, voltar a ser, voltar a querer, não quero voltar atrás, não, não é isso, o caminho é o mesmo, quero apenas de volta a minha inocência aquela que não vive mais entre nós.
E agora.
Espero por ti, os olhos não fecham e no chão está aquele novelo sem rosto, apetece-me deita-lo fora, para que serve, sou apenas a magoa que o carrega. Hoje não voltaste, as minhas lagrimas criam um pântano e sei que é facil de cair nele, de ser sugado por ele, desculpa.
Sou o mesmo que no principio, a diferença é que não tenho uma vida para continuar, tenho apenas isto, e queria tanto poder voltar a construir algo...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Nada é o mesmo a partir do momento em que lhe tocamos, porque os nossos olhos não têm o poder de mudar o que vemos.

podesse ser verdade e todos veriamos a realidade, assim vemos o que queremos ver, porque os nossos olhos mexem em tudo o que podem, distrocem, moldam, criam, destroem, por eles somos tudo naquilo que vemos.

Nos meus olhos és a luz que chegou para me dizer que é possivel, a meus olhos és a vida para alem deste espetaculo de a ser, para lá desta confusão que nos rodeia, desta corrida contra o tempo que vai chegar. Aos meus olhos és um anjo que dança no mais puro ceu, que toca uma estrela, que carrega consigo toda a vida e a espalha pelo ceu, deixando um rasto de felicidade.

podesse ser verdade e todos seriamos uma pedra de gelo, podesse ser verdade e todos seriamos a sombra, abre os olhos e deixa que o que és se transforme.