quarta-feira, 30 de abril de 2008

Porque será que queremos tornar tudo tão complexo. (ou secalhar sou só eu) Queremos o conforto do hábito, mas dispensamos a monotonia. Queremos muito algo novo, mas deixamo-nos embalar pela vontade de não lutar. Queremos perceber o futuro, mas temos vertigem de viver o presente.
Aqui. Agora. Não sei se vale a pena ir mais longe que isto. Olhar para o que poderá vir a ser é cortar as pernas ao que agora é.







:-)

terça-feira, 29 de abril de 2008

Life, imagination
Missing link in the chain
We'll fuel your minds
Color your thoughts
Come to you waking dreams

Fire, inspiration
Missing branch on the tree
We're all rude
We're all black
Come to you in waking dreams

Sail the stream as I dance upon the waves of a waking dream
As it passes you by.
Ride the beam as I rise upon the wings of a waking dream
As it fades in the sky.

Mind transformation
You were chosen
Live the the dream that we have been dreaming
Now is a time to come together and make it come true
Oh me and you

Sail the stream as I dance upon the waves of a waking dream as it passes you by.
(Dancing on the waves)
Ride the beam as I rise upon the wings of a waking dream as it fades in the sky.

Waking Dreams - Ayreon


Quando passamos muito tempo a escavar as nossas próprias feridas, elas vão-se tornando num imenso buraco. E quando no fundo desse buraco, que mais não é que o vazio em que nos tornámos, colocamos uma singela vela, não mais que um trémulo reflexo chega até nós, como um pássaro que se tenta libertar mas que à medida que o vai fazendo lhe vão arrancando, uma a uma, as penas das asas, acabando por cair outra vez. Mas de repente algo acontece, algo cái no mais fundo vazio em nós, algo que irradia uma luz tal, que nada, nem ninguem, tem o poder de a ofuscar. Essa luz ilumina tudo aquilo que somos, e que não somos, mas essa luz expulsa tambem do mais fundo de nós todos os medos e todas as dúvidas que até ai estavam adormecidas embaladas pelas mãos da solidão, e devolve-as a nós, e nós, perdidos, temos dificuldade em lidar com elas. Porque não é só deixar essa luz chegar, não é só deixarmo-nos envolver por ela, não é só parar e olhar para ela, perplexos pelo facto de algo conseguir irradiar tanta luz. É preciso caminhar para ela, e isso significa descer ao mais fundo de nós, passar por tudo aquilo que até ai escavava as nossas feridas, lutar contra tudo aquilo que até ai nos empediu de ser. Só quando lá chegamos é que a conseguimos abraçar, e ás vezes a vertigem é tão grande...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ás vezes, assim do nada, sorrio, a maior parte das vezes é algo que até provoca surpresa a quem me rodeia, imagino que pela cabeça dessas pessoas deve passar qualquer coisa do tipo "este gajo está a gozar comigo". Olhar para determinada situação e sentir que no fundo somos todos uns miudos que, como quem anda pela primeira vez de bicicleta, tenta não cair desta coisa que se chama vida provoca isso em mim. :-) Nem sei o porquê de estar a escrever isto mas... de certa forma sempre olhei assim para a vida, a forma como o que os meus olhos vêem é tratada na minha problemática cabeça é que vai mudando, quando desistimos de ver a vida como ela nos é apresentada temos sempre grande probablidade de ser infelizes, mas gosto de acreditar que tambem temos a possibilidade de ir onde aqueles que não o fazem nunca chegaram. Nem sei se estou a caminhar em direcção a algo, nem estou interessado nisso, mas sei que neste momento estou mais perto da impossibilidade do que alguma vez estive, amanha não sei, logo se vê. Só tenho algum receio de envolver parte do mundo nisso, porque quando estamos sós tudo nos é permitido, e ás vezes é difícil perceber onde acaba essa fronteira, onde o que vive em nós se torna de mais alguem, alguem que não podemos, e muito mais importante não queremos, magoar. Mas como um miudo que tenta com toda a força não cair, na primeira vez que anda de bicicleta, tambem eu vou continuar a pedalar em direcção a não sei quê, porque esta brisa na cara sabe tão bem.

domingo, 27 de abril de 2008

Neste momento a pergunta que me ocorre fazer a mim mesmo é - será que isto me vai matar? Porque passa-se alguma coisa fora do normal aqui dentro, e entenda-se por normal algo que costuma lá estar. É incrivel como na ausência o real toma contornos tão irreais, porque não poder tocar, ver, cheirar, poder apenas sentir aproxima-o muito do sonho que não existe senão para nos fazer sentir. Não saber onde me encontro neste momento provoca-me uma certa asfixia, aquele nó na garganta, será que alguem faz o favor de me acordar, se é que estou a sonhar... Sinto que estou tão longe e que o caminho a percorrer é tão difícil que só de olhar dá vontade de desistir, mas como é que se desiste de algo sobre o qual não temos qualquer poder, como é que a razão pode lidar com algo que nos aperta o estômago e nos tira o sono?



layers of dust and yesterdays
shadows fading in the haze of what i couldn`t say
and though i said my hands were tied
times have changed and now i find i`m free for the first time
feel so close to everything now
strange how life makes sense in time now


( eu é que não sei se sei andar nisto :-\)

Não sei com que idade é que temos permissão para nos acharmos "velhos". Mas quando contemplo a vida, e entenda-se por vida aquilo que vive em ti, apetece-me fechar os olhos e pensar - deixa-a voar. Porque quando se perde a capacidade de o fazer há que deixar o céu aberto para os outros. Não sei se tens a noção que podes ter tudo aquilo que desejares, basta para isso, quereres. O resto não escrevo porque há uns tempos atrás prometi a mim mesmo que ia deixar de me auto-destruir.

:'-)

... não permitas que te roubem as asas
e voa, voa, voa.

(e obrigado. agora já sei o que é)

sábado, 26 de abril de 2008







... porque é que a luz não se apaga.


Searching for yourself is like looking for the house you stand in
How could you possibly find it?
It's everywhere
It's all you know
And there are no other points of reference

Dar significado. Procurar uma razão. Nunca tive a precepção se desistir é parar, ou seguir em frente. Olharmos para algo e ter a certeza de tudo aquilo que essa coisa é, pode não parecer assim á primeira vista mas a mim parece-me algo doentio.
Nunca nos devemos tornar em algo que não estamos preparados para ser, porque chega sempre a altura em que percebemos que de fora é giro mas para se entrar é preciso algo mais que vontade. Talvez a razão seja algo que não foi feito para mim, ou dando a importância ao que merece, talvez eu não tenha sido feito para ela.








Just a dog? "Just"?
Porthos dreams of being a bear, and you want to shatter those dreams by saying he's "just" a dog? What a horrible candle-snuffing word. That's like saying, "He can't climb that mountain, he's just a man", or "That's not a diamond, it's just a rock." Just.

With those eyes, my bonny lad, I'm afraid you'd never see it.





Just Believe...




And even if it isn't true, even if that can never be... I need to go on pretending... until the end... with you.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Estava para aqui a ler e cheguei a uma parte que diz qualquer coisa como " Uma cela de prisão, desde que não esteja fechada à chave, é uma divisão como outra qualquer" e pensei se o contrário tambem se aplicaria.

Penso que sim. E que chave! :-\

De todos os passos, o seguinte é sempre o mais dificil. Porque é aquele que temos de dar, porque os que demos já pertecem ao passado e porque aqueles que daremos a seguir a este ainda pertecem ao futuro. E o presente é o que temos. E ás vezes dói tanto ter a noção e estar preso ao chão. Por vezes podemos até dividir esse passo em centenas de outros pequenos passos, podemos até chegar ao ponto de nem termos a noção que estamos a andar, e mesmo assim chegar a um ponto em que se torna difícil avançar. E nesse ponto o que é que fazemos?

I'll find a way...

lately i've been wishing i had one desire
something that would make me never want another
something that would make it so that nothing matters
all would be clear then
but i guess i'll have to settle for a for a few brief moments
and watch all dissolve into a single second
and try to write it down into a perfect sonnet
or one foolish line
because that's all that you'll get so you'll have to accept
you are here and then you're gone
but i believe that lovers should be tied together and
thrown into the ocean in the worst of weather
and left there to drown
left there to drown
in their innocence
but as for me i'm coming to the final chapter
i read all of the pages and there is still no answer
only all that was before i know must soon come after
that is the only way it can be
so i stand in the sun
and i breathe with my lungs
trying to spare myself the weight of the truth
saying everything you have ever seen was just a mirror
and you've spent your whole life sweating in an endless fever
and now you are laying ina bathtum full of freezing water
wishing you were a ghost
but once you knew a girl and you named her lover
and danced with her in kitchens through the greenest summer
but autumn came, she disappeared
you don't remember where she said she was going to
but you know that she is gone because she left you a song
that you don't want to sing
we're singing i believe that lovers should be chained together
and thrown into a fire with their songs and letters
and left there to burn in their arrogance
but as for me i'm coming to my final failure
i've killed myself with changes trying to make it better
but i still ended up becoming something other than what i had planned to be
now i believe that lovers should be draped in flowers
and layed entwined together on a bed of clover
and left there to sleep
left there to dream of their happiness

A Perfect Sonnet - Bright Eyes

....bom dia

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sempre que desejamos algo esse algo molda de certa forma aquilo que no momento somos, porque há pequenas coisas em nós que são como os galhos de uma árvore que se inclinam ao sabor do vento. E apesar do tronco se manter exactamente como era, aquilo que se encontra na superfície, quer queiramos quer não, adapta-se. Muitas foram as vezes que em conversas abordei a necessidade de nos moldarmos ao instante, por vezes precisamos de ser como os liquidos, não sei isso representa algo de mau, mas acho que se ninguem estiver disposto a torcer, acabamos todos por quebrar. Nunca tive medo de me moldar, porque sempre tive os pés bem assentes na terra, e de certa forma sempre tive a noção daquilo que sou, claro que mediante o estado de espírito tambem tenho diferentes prespectivas daquilo que sou, mas só pelo facto de me olhar de maneira diferente não muda aquilo que sou, tal e qual como se por um instante inclinar a cabeça para tentar perceber algo, tambem não vai mudar aquilo que a minha cabeça é.

Em tempos quando era mais novo, não que me sinta velho, mas tambem tenho a noção que já fui mais novo, costumava dizer para os outros para não se esquecerem de ser felizes, e que para isso era preciso começar por aceitar aquilo que nos rodeia e a tudo isso nos tentarmos moldar, não que tenhamos de fazer parte daquilo, mas pelo menos no pior dos casos moldarmo-nos de forma a que aquilo não nos consuma.

Há sempre tempo para tentar e para seguir, nunca tive muito sucesso na árdua tarefa de ser feliz, mas estou aqui, nem quero tentar perceber se aquilo em que me tornei ainda está num ponto onde seja possivel voltar atrás ou não, porque tambem não é isso que pretendo, o que gostava mesmo era de seguir em frente, porque errar mil vezes é estar essas vezes todas mais perto do caminho certo....

I tried to murder the lonely,
Contemplate our mortality.

Into infinity,
Frozen memory

Wipe the tears from yesterday,
A time for change, take the pain away.

Angel, my destiny,
Can you feel me?


Destiny - Anathema

quarta-feira, 23 de abril de 2008

E depois, quando a chuva recomeça a cair, que fazemos?
Abrimos os braços e tiramos prazer de a sentir cair sobre a nossa face, porque se ela caí é para nós.

Hoje disseram-me qualquer coisa do tipo - não sei o que é que se passa mas andas muito contente... - o_O . Isto quer dizer que o nosso exterior responde muito mais depressa áquilo que desejamos do que aquilo que no mais fundo de nós existe... Ou então não quer dizer exactamente nada.

Hoje estou naqueles dias que as coisas que me passam pela cabeça, passam de uma forma tão imperceptível que dificilmente conseguiria de lá extrair algo com algum sentido. Ou seja é um daqueles dias perfeitos para ao som de uma qualquer musica que me embale mergulhar no mais profundo de mim.

Dá-me a tua mão.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Normalmente apoiamos a nossa vida em pequenas coisas, que todas juntas nos sustentam. Algumas vão desvanecendo com o tempo, e no seu lugar outras aparecem, mantendo assim o equilíbrio. Quando, por qualquer motivo, muitas delas desaparecem repentinamente a nossa vida ameaça ruir. Mas as pequenas coisas existem aos milhares e basta um pouco de vontade para não nos despedaçar-mos no chão. Por vezes há uma altura da nossa vida onde vamos dando uma importância maior a algo que nos hipnotiza, e vamos deixando cair, na sua fragilidade, cada uma das pequenas coisas, e sem darmos por isso vemo-nos apoiados num grande pilar e altamente dependentes dele, e nesse momento sentimos a vertigem. Tem de haver uma maneira de nos deixarmos levar e connosco levar tudo o resto, não deve ser fácil mas tambem não deve ser impossível. Matematicamente é impossível dividirmo-nos por várias coisas e algo ficar com tudo, mas a vida não é propriamente um problema matemático.

(Não sei porque mas hoje apetece-me sorrir(-te) e piscar(-te) o olho)



I learn to understand

Getting harder to pretend is ok with me
In this moment I believe
And I want it so much
In spite of everything
You make me so real
I don't have to shut myself in this cage of me
I see what I haven't seen
I wanna share my place to hide
My place to feel
With You
In this moment I believe
And I want it so much
In spite of everything
I learn to understand
If only I was worth waiting for...

I Believe - Riverside



Quando se parte para uma viagem há sempre a possibilidade de nos perdermos. Mesmo que seja uma viagem sem destino. Porque perdermo-nos não é desviarmo-nos do rumo que nos leva a determinado sítio, perdermo-nos é deixar de ter a noção de onde partimos. Portanto torna-se indispensável saber onde estamos antes de pensar em partir. Porque começar uma caminhada sem ter um ponto onde voltar é admitir a possibilidade de perder tudo, e por vezes pouco é muito mais que nada. Não quer dizer que não me queira fazer à estrada, até porque se há coisa que gosto de fazer é caminhar, gostava era de ter um sítio para voltar quando nos perdesemos. Porque é dificil construir castelos de areia numa enseada num dia de vento... são demasiadas contrariedades para algo tão frágil. Mas dificil é, ainda assim, tão distante do impossível.




When i was younger, younger than before
I never saw the truth hanging from the door
And now i'm older see it face to face
And now i'm older gotta get up clean the place.

And i was green, greener than the hill
Where the flowers grew and the sun shone still
Now i'm darker than the deepest sea
Just hand me down, give me a place to be.

And i was strong, strong in the sun
I thought i'd see when day is done
Now i'm weaker than the palest blue
Oh, so weak in this need for you.


Place To Be - Nick Drake

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Vou cortar pela raiz. Vá, já não será mau se me libertar do ramo e me deixar levar pelo vento. Deixar que apenas a forte pressão do ar sobre os meus olhos me provoque as lágrimas.
E quando de novo na faca imaginaria pegar será para te despedaçar. Ego. Porque as feridas já não deixam espaço para mais, não que sejam muitas, o espaço é que sempre foi pouco. Sempre tentei tirar de mim coisas que em mim não há. Não tenho mais coelhos para tirar da cartola. E tirando isso o nada que fica é o que tenho para dar. Quero sentir o medo, o terrível medo de perder. Porque para se perder o que quer seja é preciso primeiro alcançar. Luta? Não quero lutar. Estou apenas pronto para agarrar aquilo que ás minhas mão vier parar.

...mesmo que o meu tudo nada seja.

domingo, 20 de abril de 2008

Perdoa-me mas não percebo. Não a ti. Áquelas coisas que no fundo me puxam. Não ao mundo. Áquelas coisas que de dentro me isolam. O frio, ser-se assim não é fácil, mas ser-se de uma outra forma quando aqui se chega é ainda mais dificil. O tempo passa. E a importância que ele tem é maior do que aquela que desejava. Mas não é algo que possa moldar aos meus caprichos. Misturando a ele a minha inactividade sei que apenas chegarei ao esquecimento, talvez tenha de ser assim, talvez não, mas o que importa o que tem de ser, se o que é está aqui, em frente aos meus olhos. A vida desenrola-se mesmo aqui, quase que lhe sinto o cheiro, está tão perto. Estico o braço e com a mão tento-lhe tocar... não posso, secalhar não quero, mas haverá diferença nessas condições? É incrivel como ter noção de algo pode-nos levar a sitios tão longinqúos, a mundos tão distorcidos.

As palavras são apenas um meio de exteriorizar o que nos passa pela cabeça, o silêncio é o meio de compreender o que nos vai na alma.

talvez seja tempo para parar...

Hoje perguntei ao inquestionável mundo para onde vamos. Não obtive resposta.

sábado, 19 de abril de 2008

Os sonhos passam, não acredito muito naquela coisa de os sonhadores morrerem e os sonhos serem para sempre. Os sonhos morrem. Alguns morrem mesmo antes de terem vida, como as pessoas aos nossos olhos. Sim, porque os nossos olhos têm esse poder. Porque o que deixa de ser para nós, morre. Morrer é esquecer que existe. Morrer não é fechar os olhos e deixar sair o ultimo suspiro, não, isso é como partir e deixar a magoa da falta que nos faz, é como partir para uma viagem sem fim, mas é tambem deixar tudo o que foi naquilo que tocámos. Morrer é esquecer.

Morrer é esquecer que a vida existe...





Until then... better off dead
A smile on the lips and a hole in the head
Better off dead, better than this
Take it away cuz there's nothing to miss

Bad Religion - Better off Dead

I have been destroyed
by the perfection that is life
see I'm moving soon
see my feet are already on the road

and if you know where I'm going
don't tell a soul

I live all for this thing
that I heard someone sing
when you have noone

noone can hurt you

IT WAS SO EASY TO SEE
HOW FUCKING GOOD IT ALL COULD BE


sexta-feira, 18 de abril de 2008

O prático é pretensioso. O prático é traiçoeiro. O prático gera ganância. O prático enjoa-me. Não que tenha algum problema em lidar com ele, porque se é coisa que faço com moderada facilidade é isso, estou é um pouco farto de partir para ele de escudo e espada nas mãos. Acho um pouco parvo a corrida da importânçia. O pior é que a minha relação com ele, que é meramente de melhoramento constante para o tornar cada vez mais simples para mim, induz em erro as pessoas. Não quero correr para nada raios. O pior é que na dita corrida aos olhos dos outros vou bem lá na frente... e o prático não olha a meios.

Por vezes tenho medo daquilo que esperam de mim, tenho aquele arrepio de quem não quer quebrar. É dificil crescer. Será que este peso que carrego é apenas produto daquilo que sou. Não tenho por costume dar só metade daquilo que sou, não sei se isso é bom ou mau, é apenas um facto. Mas o que sou é uma montanha russa, e é dificil estar sempre no topo da mesma.


...gostava tanto que as pessoas compreendessem isso.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Por vezes sinto que posso tocar. Por vezes não. Nunca tive a perfeita noção daquilo que conseguirei alcançar. As coisas são só isso, coisas, e isso faz-me confusão.

(Entre a cortiça e a esponja, talvez esteja um copo... de momento olho para uma caneta e com o olhar tento faze-la desaparecer... sem sucesso.)

Imagino se deixasse de parte a noção que tenho de um determinado objecto, penso se isso teria algum impacto nele, se a minha ignorância sobre ele mudaria o que ele é... ( não, a caneta continua ali)

Um copo tem uma capacidade limitada, uma vez excedida, transborda. Penso se o que para a parte exterior escorre será o que já lá se encontrava, se o que de novo tenta entrar.

(Imagino as frases que escrevi a lapis , uma vez apagadas e contidas em pequenos pedaços de borracha, que com um pequeno sopro empurro para longe daquelas que as substituirão.)

:-) que doce estado.

Tenho pensado ser possivel, depois não, depois a água continua a correr, tu continuas a ser o que és, e a caneta continua ali, e um dia passarei a borracha sobre estas frases. Colocarás a tua mão sobre a minha boca para não as soprar?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Talvez seja preciso parar. Pois um processo desta dimensão exige muito. Porque chega aquela parte onde pensamos caminhar e estamos parados, onde pensamos crescer e apenas nos destruimos. Talvez seja preciso ouvir, mas as vozes que gritam a plenos pulmões - não é por ai- na minha cabeça não são mais que fantasmas que mexem a boca e não produzem qualquer som. Um sorriso. Perdido. Aquilo que significa é a signifacação que lhe dou, peso demais, porque os sonhos são irreais, e quando te começas a tornar neles, tornas-te tu também. É como seres apanhado numa prisão, uma prisão onde entras por vontade própria mas de onde só conseguirás sair se alguem, do lado de fora, te espetar uma faca no coração. Porque só se tudo aquilo morrer é que te podes libertar, e tu és parte daquilo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Lembro-me ainda do tempo onde não tinha peso. As palavras. Agora parece que são facas lançadas ao vento. Talvez um dia consiga parar. Limitar ao minimo da submissão. Sim. Não. Talvez um dia consiga espalhar a indiferença por tudo aquilo que ainda não foi consumido por ela, e tornar-me numa pedra de gelo. Ou talvez um dia chegue a um estado de perfeição tal que das minhas cordas vocais só sairá aquilo que as pessoas desejem ouvir.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

" Porém as diferenças existem, persistem e são irredutíveis. Certas vezes possuem razão de ser e correspondem a estados temporários de trânsito para outros estados de existência, certas vezes são fatais... Seja como for, devem ser assumidas por quem as vive para a levarem a um melhor conhecimento de si própria e a uma mais intensa consciência do mundo."



História Trágica com Final Feliz - Regina Pessoa

domingo, 13 de abril de 2008

Se há coisa que ainda em mim vive é aquela vontade de partir. De sair de onde estou para um outro qualquer sitio. Uma das coisas que sempre me proporcinou isso foi aquilo que me habituei a chamar de concertermo. Partir não se sabe bem para onde, fazer o triplo do caminho para lá chegar, voltar para trás, estamos perdidos?, nahhh pergunta ali aquele senhor:

-Desculpe, onde fica...
-Segue esta estrada, curva aqui, ali e acolá, passa pela igreja(há sempre uma igreja) no cruzamento à direita, depois para à esquerda, e é ai, ou então segue esta estrada aqui anda mais cem metros e está lá.
- O_o ok obrigado

Depois a surpresa, é sempre uma surpresa, seja boa ou má. Normalmente as condições são miseráveis, normalmente as pessoas contam-se pelos dedos das mãos, na minha cabeça passa qualquer coisa como: o que faz esta gente continuar? Ontem não foi o caso as condições pareceram-me, para o tamanho da coisa, fantásticas, neste caso o que me passou pela cabeça foi: -que raio de perseverança é que vive aqui e porque raio não a tenho eu dentro de mim?. O que leva alguem a continuar por carolice a fazer, a organizar, e sempre a perder, e no ano que vêm cá estamos outra vez, não sei de onde vem o dinheiro, não me interessa, se poderem continuem... Pessoas? a organização as bandas e mais dois ou tres gatos pingados. Porque? não faço ideia. A musica em si é aquilo que queremos que ela seja, como tudo na vida, basta largar aquilo que temos aos ombros e que pensamos ser nosso, mandar para trás das costas e viver a coisa... Pelo caminho boas surpresas, pelo menos para mim, A MANIaCT , insano o suficiente para o meu mood...
Depois voltar, tres, quatro, cinco, depende das horas de atraso do inicio, cinquenta, cem, mais, depende do sitio, e da sorte de encontrar o caminho pelo qual viemos há primeira. As horas, o sono, o volante, a psp e mais uma operação stop, raios estou cheio de sono.... Depois a cama

Valeu a pena?

se valeu.....

sábado, 12 de abril de 2008

O mundo enche-me de uma ansiedade terrível. Os olhares cravam-se-me na pele como facas. E cada vez mais, e cada vez com mais intensidade. Os meus olhos não param. Dança macabra.

-diz?
-desculpa estava a pensar noutra coisa.

É inevitável. É uma espécie de protecção, ao sobrecarregar-se desliga. Parte para parte incerta, nos confins do nada.

Deixa-me tocar o céu, sentir o vento na face. Deixa-me cair, e sentir o pânico da queda. Deixa-me embater no chão, e sentir o meu corpo esmigalhar-se em centenas de pequenos pedaços.

Não me acordes. Eu sei que está chegar. Mas deixa vir. Cá estarei para acolher de braços abertos. Ou pelo menos com a indiferença devida.

-sim?
-hummm talvez aquele ali
-sim esse

E esta neblina, que faz aqui? Não te consigo ver. Estás ai?

-vamos?
-ok

sexta-feira, 11 de abril de 2008

São muitos os momentos de dúbia comunicação entre a mente e o corpo. Parece-me que os dois querem correr, mas em sentidos opostos. Parece-me. Pois sou como um bocado de cada, que uma vez arrancados se juntaram e formaram uma identidade exterior. Exterior ao corpo. Exterior á mente. Daqui têm-se uma visão fantástica, pelo menos se pensarmos que tudo o resto é de outro alguem. Neste momento corpo e mente querem correr para ti. Mas não se mexem. Estão a olhar para mim, saberam que existo? Ou fixam apenas o mesmo ponto no vazio?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

The Tracey Fragments







Tracey Berkowitz: When things happen to people, they radiate a light. Because they have a picture caught inside them. Because they were there and you weren't. And because you only got a piece. And because all you can do is shrink and blow up that one tiny piece.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Um dia hei-de acordar e, ao abrir a janela e ao sentir os primeiros raios de sol a aquecer-me a cara, sentir-me-ei completo.

Se pelo menos me sentisse desafiado. Se pelo menos me sentisse a meio caminho de algo. Se pelo menos as minha pegadas ficassem marcadas no caminho que percorro.


Se pelo menos esta dor doesse...

O meu fim começa a reclamar por um princípio. Os meus olhos buscam incessantemente um ponto para se fixar. O meu corpo. inerte, quer pular.

Dá-me a razão. Dá-me o motivo. Dá-me a vontade. Dá-me a força.

Deixa-me roubar-te a liberdade.


(tenho pena, mas já não sou uma criança...)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Em electricidade existe um conceito técnico que dá pelo nome de histerese. Histerese é então a capacidade de algo manter as propriedades na ausência daquilo que as gerou. Ou seja, temos algo que atingiu determinado estado devido á acção de determinada condição e extinta essa condição esse algo mantem esse estado até que por acção do inverso da condição ele desapareça.

O_o

A analogia humana disto dispersa-se por vários conceitos. Histerese humana seria então a quantidade de coisas que teriam de acontecer para negar um acontecimento inverso. Ou seja, por exemplo a quantidade de coisas boas que teriam de acontecer para esquecer uma má ou vice versa. Ou, mais simples ainda, a quantidade de tempo pela qual conservamos o momento.
Um acontecimento é uma coisa passageira, mas, conforme a sua dimensão, provoca em nós uma mudança que se perlonga para além da sua duração, até que o tempo ou um outro acontecimento inverso a este apaga em nós as suas consequencias.
Sinto que cheguei a um ponto onde esse conceito desapareceu em mim, para o bem e para o mal. Vivo as coisas, mas elas não deixam qualquer marca em mim, e isso torna a minha dependência de acontecimentos em algo exageradamente grande. Sinto-me impermeável, as coisa escorregam por mim, como as gotas de água num guarda chuva. E, tal como o guarda chuva precisa de uma chuva constante para se manter molhado, preciso eu de uma permanente sucessão de acontecimentes para me manter vivo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Know the world in yourself. Never look for yourself in the world, for this would be to project your illusion"

É incrivel como algo pode nascer de tão pouco.

Como quem, de olhos fechados, fixa com os seus olhos o mundo, fixo eu aquilo que mais mundo não é.

se voltares

se alguma vez pensares em vir

I wish you well

and here there's nothing good

Talvez seja preciso olhar com a razão...

Será possivel?



I have no lies or truth in what I say
there is no meaning
the words are numb and I am so afraid
there is no meaning

domingo, 6 de abril de 2008



I've been watching you
Not waiting for the right moment to make the first move
Do you want to know
Why I keep avoiding your eyes
And why I'm running away?
It's crazy, I know
I've been conceiving you for too long
Or maybe I'm destined to be alone?
Or maybe there's someone who will understand
That I'm not able to share my world?
I'm still running away
It's crazy, I know

Conceiving You - Riverside

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um rio. Há uma altura das nossas vidas em que somos arrancados da nossa pequena poça de água e atirados ao rio. A principio, desconhecedores do que nos aconteceu, somos arrastados pela corrente sem oferecer qualquer resistência, é novo e até é engraçado. Depois durante a viagem rio abaixo aparecem os primeiros troncos que na sua superficie flutuam , neles batemos violentamente, ficamos inconscientes, sem saber muito bem o que nos aconteceu, sem perceber o porque deles se encontrarem ali, com o tempo habituamo-nos ao facto de eles ali estarem e vamos tentando por qualquer meio desviarmo-nos deles. Ao nosso lado outros como nos são arrastados tambem, sem nos apercebermos um deles, para evitar embater nele, empurra para cima de nós um dos troncos que no rio flutuam, espantados desviamo-nos rapidamente tentando-o evitar tambem, olhamos para o outro lado para seguir o seu trajecto e vimos alguem ser esmagado por ele. Esquecemos. De repente alguem nos avisa e nos livra de num outro embatermos, olhamos para a sua acção e pensamos que secalhar não vale tudo e que há coisas mais importantes e maiores do que nós. Pelo caminho vamos percebendo que há quem lute contra a força da corrente, que se tente, com toda a sua força, segurar á margem, não percebemos o porquê, algo bate em nós, olhamos em volta, confusos, não avistamos nenhum dos troncos, só encontramos alguem que fixa o seu olhar no nosso e ri. Estamos perdidos. Tentamos com todas as nossas forças nadar para a margem, esgotados agarramos um ramo que nela se encontra, sentimos pela primeira vez, desde que para o rio fomos atirados, a segurança que conheçemos na nossa pequena poça de água. Levado pela corrente passa algo que queremos muito agarrar, esticamos um dos nossos braços e conseguimos agarrar nele, lutamos para não largar, mas as forças esgotam-se e temos de escolher, ou largamos, ou por ele somos arrastados. Largamos, depois arrependemo-nos de o ter feito, mas é tarde demais a corrente já o levou. Uma lágrima cai lentamente pela nossa face, depois cai no rio e disolve-se nos milhares de outras lágrimas que nele se encontram.

Depois?

Depois chega sempre aquele momento em que temos de decidir o que queremos. Ou lutamos para sempre contra a corrente, ou deixamo-nos engolir por ela....



We can save this ill-fated race
Who are lost in the ocean of space
Show them the way to reverse their decline
Guide them back on the river of time.

River of Time - Ayeron

quinta-feira, 3 de abril de 2008

:-)

Já não me lembro o que é um sorriso, aquele sorriso, aquela cumplicidade... Olho em volta e só vejo risos ignorantes, risos parvos... Nesta dança de gritos mudos, agora grito eu, depois gritas tu, ou então gritamos todos ao mesmo tempo cada um para seu lado, qual aglomerado de gente doida... Depois rimos, rimos deste e daquele, nunca para este ou para aquele... rimos como se a demência se tivesse apoderado de nós... amanhã já passou e está tudo bem, e voltamos a tirar mais um bocadinho deste, e um bocadinho daquele... mas nem sequer tiramos para nós, tiramos apenas, para privar o outro, nós não precisamos disso, somos perfeitos, demasiado perfeitos....

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Almoust Famous

Lester Bangs: Aw, man. You made friends with them. See, friendship is the booze they feed you. They want you to get drunk on feeling like you belong.
William Miller: Well, it was fun.
Lester Bangs: They make you feel cool. And hey. I met you. You are not cool.
William Miller: I know. Even when I thought I was, I knew I wasn't.
Lester Bangs: That's because we're uncool. And while women will always be a problem for us, most of the great art in the world is about that very same problem. Good-looking people don't have any spine. Their art never lasts. They get the girls, but we're smarter.
William Miller: I can really see that now.
Lester Bangs: Yeah, great art is about conflict and pain and guilt and longing and love disguised as sex, and sex disguised as love... and let's face it, you got a big head start.
William Miller: I'm glad you were home.
Lester Bangs: I'm always home. I'm uncool.
William Miller: Me too!
Lester Bangs: The only true currency in this bankrupt world if what we share with someone else when we're uncool.
William Miller: I feel better.
Lester Bangs: My advice to you. I know you think those guys are your friends. You wanna be a true friend to them? Be honest, and unmerciful.

Ás vezes sinto-me perdido entre a realidade e a realidade ficcionada (seja lá o que isso for) perdido entre o que é e o que poderia ser. Nesses momentos, em que vejo os dois do exterior, tento perceber ao qual dos dois pertenço. Costumo pensar que as estradas paralelas que decidi não percorrer nada são para mim. Tudo bem. E que será para mim aquela em que me encontro? Sinto que pouco mais do que o suporte para com as outras sonhar é. Alguma vez se deram conta de correr para algo que não existe? Sinto que alguem que olha tanto para o que poderia ser não pode estar no caminho certo. Pode? Diz que sim... Diz que está tudo bem...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Será que quando chegarmos existirá um sinal para nos alertar?

Nunca dei pelo inicio das coisas, começam apenas, não sei bem como nem tão pouco por iniciativa de quem, minha não deve ser, porque a pouca vontade que tenho uso-a para pôr fim, e para pouco mais chega... Não vou dizer que por vezes não tenho curiosidade de saber como é dizer as primeiras palavras, fazer o primeiro risco, mas algo em mim me inibe disso. Acho que sou razoalvel a manter vivo, mas dificilmente darei vida...

Can you?



I have a tale to be told won't you listen tonight
Follow me into the core of the fountain of light
Try to imagine that hope is our ship for the soul
Maybe together we'll find there's a place for us all

Center of the universe - Kamelot