segunda-feira, 29 de setembro de 2008

um dia pensamos que somos um ponto, algures, no meio de milhares de pontos, pensamos que somos parte de uma linha, linha essa que nos une ao mundo. depois há dias em que essa linha se desfaz, em que deixamos de nos sentir unidos a ela e a vida pára um pouco, e tentamos voltar, voltar áquela linha.
dá-me a tua mão, não me deixes cair, gostava tanto que um dia podesses perceber, neste momento não sou um ponto, e não consigo fazer parte de linha alguma, dá-me a tua mão, só assim poderei algum dia o ser.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

-O sentido encontrá-lo-ás aqui. - e abres assim a tua mão, nela seguravas algo que agora, levado pela brisa da tua respiração, voa para longe, como um mundo de sonho que desvanece ao amanhecer, e para onde foi? já paraste um pouco para pensar no rasto que ele deixou?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008


tudo é o sinal da sua passagem, mesmo nós o somos, a memória prende-nos aos instantes que fomos, como sinais presentes de um passado que não esquecemos. caminhamos sobre objectos que são o significado do que passou, e com cuidado tentamos não os pisar, como quem evita espezinhar o passado, deixando que o sitio onde ele o encaminhou seja para si tudo o que deseja, neste momento de esquecimento. perder é desviar o olhar, esquecer é deixar partir a imagem daquilo que foi, gostava para sempre de lembrar aquilo que foi, aquilo que tem sido, como uma flor que cai no chão