quinta-feira, 21 de agosto de 2008

talvez seja a verdade nos meus olhos, onde estás? quanto mais terei de perder, de desistir, quanto mais precisarei negar para te ver. talvez não exista, ou exista em pequenos fragmentos em algo diferente, tão diferente que não me passa pela cabeça lá existir. não quero chegar, quero apenas olhar e perceber que não sou, apenas o tentei, talvez do outro lado, talvez de um outro modo, talvez...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

deixa que a luz, raio de sol que bate agora no parapeito da tua janela, te encha até que o lugar mais escuro em ti, lugar de segredos e medos povoado por uma razão distorcida que adoece, queima e perturba, se evapore numa tempestade de cinzas. mas não apaques o fogo, deixa que ele arda, como se dessa chama dependesse a possibilidade de um dia vires a ser...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

valer a pena

poderia começar pelo valer, quanto vale afinal. quanto vale um sonho, quanto vale o chão estável que pisamos, quanto vale esta ilusão de segurança, quanto vale este teatro, quanto? valerá a pena? ou poderemos soprar tudo isto e seguindo o seu percurso ver o mundo desaparecer perante os nossos olhos. poderemos alcançar sem regras, poderemos chegar sem seguir o caminho, poderemos ser independentemente do que já somos quando começamos? seremos mais que uma hora e um local, mais que uma peça de um percurso, mais que um acidente? e depois a pergunta, sempre a pergunta, aquela pergunta, porque continuamos a correr?

Valerá a pena?

domingo, 10 de agosto de 2008

existem coisas que nos marcam, que nos deixam a sua marca, que mesmo não sendo algo que possamos tocar, nos tocam com uma froça imensa. pode ser aquilo que queiramos que seja, pode ser só aquilo, ou podemos fechar os olhos e deixarmo-nos invadir, e assim ser algo mais, algo que nos provoca o arrepio de sentir. é dificil encontrar algo puro, é, provavelmente, mesmo impossivel, mas isso não impede de o recebermos como tal.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Queria, por momentos, deixar-me ficar ali, parado, e de mim partir em direcção a um outro eu. Não, não há puramente mau, e não, não há puramente bom. Portanto o que poderia deixar sem mágoa e o que poderia levar sem receio? Não há sentido numa viagem que nos leva para longe, a unica viagem que faz sentindo é aquela que nos aproxima, que nos mostra a maneira de lidar com aquilo que contemos, mesmo que seja apenas uma imensidão de nada, até porque é mais facil construir num espaço onde até ai nada existiu...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

por vezes nasce, talvez de uma violenta incerteza, uma necessidade, extrema será, pois não mais a encontro nos limites conscientes, apenas naqueles momentos em que a força do não pensar abraça de uma forma tal que é impossivel quebrar esse laço que nos asfixia, a vontade de com os meus dedos arrancar toda a matéria que constitui o meu peito

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Chegamos agora, agora mesmo, ainda o sol não nasceu e já cá estamos de olhos bem abertos para o ver chegar. Talvez o dia passe e o sol desça até á terra e com ela se funda na escuridão sem percebermos o que é a luz, talvez nos sentemos um pouco a olhar as estrelas, talvez não mais que isso seja, mas, mesmo assim, já é tanto.

domingo, 3 de agosto de 2008

Carrego comigo estes vestígios, são como sonhos, mas as imagens que guardo são demasiado reais para serem apenas um produto da minha imaginação. Serei eu real? Ás vezes dou por mim a pensar se não serei apenas um ser imaginario, se tudo isto é um sonho, não, não pode ser, porque os sonhos não são assim, nos sonhos tudo é bonito e perfeito, como poderia eu fazer parte de um? Aqui tudo é real, estes vestígios em mim são reais, esta imagem que guardo é real, esta aconchego que sinto é real, tudo isto é real, mas ás vezes é dificil acreditar, porque se parece tanto com um sonho.

sábado, 2 de agosto de 2008

A vida é assim, dá-nos a possibilidade de tocar o inalcançavel, para que possamos sentir que vale a pena caminhar na sua direcção. Mesmo que tudo aquilo que pensamos algum dia poder seja tão pequeno quanto aquilo que pensamos ser. Ás vezes sem saber de onde ou porque, nasce em mim a sensação de estar um pouco para alem daquele sitio onde alguma vez pensei poder chegar, nesse momento sinto a vertigem de estar muito mais alto do que deveria estar. É como se um raio de luz chegasse para iluminar tudo, e os meus olhos num instante de fraqueza se fechassem com medo que toda aquela luz os possa cegar. Ao abri-los, lentamente, aquela imagem perfeita, cheia de luz, continua ali, a escassos centimetros, e nesse instante em que tudo é mais, muito mais do que aquilo que alguma vez pensei poder alcançar, o inalcançavel és tu, não sei porque é que a vida nos proporciona isso, sei apenas que, só por isso, sinto que ela já valeu a pena.