quinta-feira, 9 de outubro de 2008

num instante tudo deixa de estar no sitio onde estava. momentos antes tudo estava ali, imovel, na estante da inutilidade, tudo é inutil se não lhe dermos utilidade, ou tudo o que pode ser utilizado se torna inutil, já não sei. de repente, nesse instante, alguem corre pelo enorme vazio até á estante e espalha todo o seu conteudo pelo chão. o silencio desaparece e os gritos invadem toda a sala, é esse o preço da acção, sentes o calor desses gritos? já esqueceste o frio do silencio? não deixes de o escutar não arrumes os sentimentos agora espalhados pelo chão do teu ser, deixa que essa força que não compreendes te invada e que pelo menos te faça sentir vivo, consegues sentir a vida?

escuta o seu grito

2 comentários:

Adinatha Kafka disse...

Ás vezes é tão necessário "fazer barulho" para nos sentirmos vivos...
Acho que a minha vida grita, mas está afónica :x

M ♑ disse...

A vida é mesmo isso, essa instabilidade, esse constante movimento. A vida desarruma-nos, parte-nos em pedaços mais pequenos, encaixa-nos em peças erradas para depois descolar e voltar a colar. É a vida que grita quando sentes o peito a arder, quando tudo abana à volta é isso mesmo, a vida.
E é algo que nem sempre se consegue fazer, parar para a perceber, ouvir o que ela tem a dizer. A vida. Porque mesmo estando ela a gritar, muitas vezes o som que chega até nós não é mais que um sussurro.

beijinho