domingo, 13 de abril de 2008

Se há coisa que ainda em mim vive é aquela vontade de partir. De sair de onde estou para um outro qualquer sitio. Uma das coisas que sempre me proporcinou isso foi aquilo que me habituei a chamar de concertermo. Partir não se sabe bem para onde, fazer o triplo do caminho para lá chegar, voltar para trás, estamos perdidos?, nahhh pergunta ali aquele senhor:

-Desculpe, onde fica...
-Segue esta estrada, curva aqui, ali e acolá, passa pela igreja(há sempre uma igreja) no cruzamento à direita, depois para à esquerda, e é ai, ou então segue esta estrada aqui anda mais cem metros e está lá.
- O_o ok obrigado

Depois a surpresa, é sempre uma surpresa, seja boa ou má. Normalmente as condições são miseráveis, normalmente as pessoas contam-se pelos dedos das mãos, na minha cabeça passa qualquer coisa como: o que faz esta gente continuar? Ontem não foi o caso as condições pareceram-me, para o tamanho da coisa, fantásticas, neste caso o que me passou pela cabeça foi: -que raio de perseverança é que vive aqui e porque raio não a tenho eu dentro de mim?. O que leva alguem a continuar por carolice a fazer, a organizar, e sempre a perder, e no ano que vêm cá estamos outra vez, não sei de onde vem o dinheiro, não me interessa, se poderem continuem... Pessoas? a organização as bandas e mais dois ou tres gatos pingados. Porque? não faço ideia. A musica em si é aquilo que queremos que ela seja, como tudo na vida, basta largar aquilo que temos aos ombros e que pensamos ser nosso, mandar para trás das costas e viver a coisa... Pelo caminho boas surpresas, pelo menos para mim, A MANIaCT , insano o suficiente para o meu mood...
Depois voltar, tres, quatro, cinco, depende das horas de atraso do inicio, cinquenta, cem, mais, depende do sitio, e da sorte de encontrar o caminho pelo qual viemos há primeira. As horas, o sono, o volante, a psp e mais uma operação stop, raios estou cheio de sono.... Depois a cama

Valeu a pena?

se valeu.....

3 comentários:

M ♑ disse...

Pela música vale sempre a pena. E, falando por mim, quando tenho um desses momentos ando inspirada durante toda a semana que se segue.
Não sei mas acho que são esses pequenos sacrifícios (que se olharmos bem para eles até nem são sacrifícios) que ajudam a criar a memória que mais tarde se irá recordar com um sorriso nos lábios. Dos sacrificios que fiz pela música todos valeram a pena, até as noites que passei na estação à espera do primeiro comboio de volta a casa porque, no final, a memória que fica é do grande momento que se viveu, que nos fez sentir vivos e nos deu alento para continuar.

beijinho*

Anónimo disse...

A vida, como as merés, traz-nos de tudo.E devemos agarrar tudo,só depois de ver bem é que saberemos o que vale a pena guardar ou deitar fora.
Tudo vale a pena de ser vivido. Umas coisas para guardar, outras para crescer. Nunca somos crescidos suficientemente.

Adinatha Kafka disse...

Concordo :) por música faço coisas que talvez não fizesse por mais nada. E passar noites numa estação depois do concerto até nem émuito mau, há sempre tempo para digereir o que se acabou de ver e ouvir.

*