sexta-feira, 18 de abril de 2008

O prático é pretensioso. O prático é traiçoeiro. O prático gera ganância. O prático enjoa-me. Não que tenha algum problema em lidar com ele, porque se é coisa que faço com moderada facilidade é isso, estou é um pouco farto de partir para ele de escudo e espada nas mãos. Acho um pouco parvo a corrida da importânçia. O pior é que a minha relação com ele, que é meramente de melhoramento constante para o tornar cada vez mais simples para mim, induz em erro as pessoas. Não quero correr para nada raios. O pior é que na dita corrida aos olhos dos outros vou bem lá na frente... e o prático não olha a meios.

Por vezes tenho medo daquilo que esperam de mim, tenho aquele arrepio de quem não quer quebrar. É dificil crescer. Será que este peso que carrego é apenas produto daquilo que sou. Não tenho por costume dar só metade daquilo que sou, não sei se isso é bom ou mau, é apenas um facto. Mas o que sou é uma montanha russa, e é dificil estar sempre no topo da mesma.


...gostava tanto que as pessoas compreendessem isso.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Por vezes sinto que posso tocar. Por vezes não. Nunca tive a perfeita noção daquilo que conseguirei alcançar. As coisas são só isso, coisas, e isso faz-me confusão.

(Entre a cortiça e a esponja, talvez esteja um copo... de momento olho para uma caneta e com o olhar tento faze-la desaparecer... sem sucesso.)

Imagino se deixasse de parte a noção que tenho de um determinado objecto, penso se isso teria algum impacto nele, se a minha ignorância sobre ele mudaria o que ele é... ( não, a caneta continua ali)

Um copo tem uma capacidade limitada, uma vez excedida, transborda. Penso se o que para a parte exterior escorre será o que já lá se encontrava, se o que de novo tenta entrar.

(Imagino as frases que escrevi a lapis , uma vez apagadas e contidas em pequenos pedaços de borracha, que com um pequeno sopro empurro para longe daquelas que as substituirão.)

:-) que doce estado.

Tenho pensado ser possivel, depois não, depois a água continua a correr, tu continuas a ser o que és, e a caneta continua ali, e um dia passarei a borracha sobre estas frases. Colocarás a tua mão sobre a minha boca para não as soprar?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Talvez seja preciso parar. Pois um processo desta dimensão exige muito. Porque chega aquela parte onde pensamos caminhar e estamos parados, onde pensamos crescer e apenas nos destruimos. Talvez seja preciso ouvir, mas as vozes que gritam a plenos pulmões - não é por ai- na minha cabeça não são mais que fantasmas que mexem a boca e não produzem qualquer som. Um sorriso. Perdido. Aquilo que significa é a signifacação que lhe dou, peso demais, porque os sonhos são irreais, e quando te começas a tornar neles, tornas-te tu também. É como seres apanhado numa prisão, uma prisão onde entras por vontade própria mas de onde só conseguirás sair se alguem, do lado de fora, te espetar uma faca no coração. Porque só se tudo aquilo morrer é que te podes libertar, e tu és parte daquilo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Lembro-me ainda do tempo onde não tinha peso. As palavras. Agora parece que são facas lançadas ao vento. Talvez um dia consiga parar. Limitar ao minimo da submissão. Sim. Não. Talvez um dia consiga espalhar a indiferença por tudo aquilo que ainda não foi consumido por ela, e tornar-me numa pedra de gelo. Ou talvez um dia chegue a um estado de perfeição tal que das minhas cordas vocais só sairá aquilo que as pessoas desejem ouvir.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

" Porém as diferenças existem, persistem e são irredutíveis. Certas vezes possuem razão de ser e correspondem a estados temporários de trânsito para outros estados de existência, certas vezes são fatais... Seja como for, devem ser assumidas por quem as vive para a levarem a um melhor conhecimento de si própria e a uma mais intensa consciência do mundo."



História Trágica com Final Feliz - Regina Pessoa

domingo, 13 de abril de 2008

Se há coisa que ainda em mim vive é aquela vontade de partir. De sair de onde estou para um outro qualquer sitio. Uma das coisas que sempre me proporcinou isso foi aquilo que me habituei a chamar de concertermo. Partir não se sabe bem para onde, fazer o triplo do caminho para lá chegar, voltar para trás, estamos perdidos?, nahhh pergunta ali aquele senhor:

-Desculpe, onde fica...
-Segue esta estrada, curva aqui, ali e acolá, passa pela igreja(há sempre uma igreja) no cruzamento à direita, depois para à esquerda, e é ai, ou então segue esta estrada aqui anda mais cem metros e está lá.
- O_o ok obrigado

Depois a surpresa, é sempre uma surpresa, seja boa ou má. Normalmente as condições são miseráveis, normalmente as pessoas contam-se pelos dedos das mãos, na minha cabeça passa qualquer coisa como: o que faz esta gente continuar? Ontem não foi o caso as condições pareceram-me, para o tamanho da coisa, fantásticas, neste caso o que me passou pela cabeça foi: -que raio de perseverança é que vive aqui e porque raio não a tenho eu dentro de mim?. O que leva alguem a continuar por carolice a fazer, a organizar, e sempre a perder, e no ano que vêm cá estamos outra vez, não sei de onde vem o dinheiro, não me interessa, se poderem continuem... Pessoas? a organização as bandas e mais dois ou tres gatos pingados. Porque? não faço ideia. A musica em si é aquilo que queremos que ela seja, como tudo na vida, basta largar aquilo que temos aos ombros e que pensamos ser nosso, mandar para trás das costas e viver a coisa... Pelo caminho boas surpresas, pelo menos para mim, A MANIaCT , insano o suficiente para o meu mood...
Depois voltar, tres, quatro, cinco, depende das horas de atraso do inicio, cinquenta, cem, mais, depende do sitio, e da sorte de encontrar o caminho pelo qual viemos há primeira. As horas, o sono, o volante, a psp e mais uma operação stop, raios estou cheio de sono.... Depois a cama

Valeu a pena?

se valeu.....

sábado, 12 de abril de 2008

O mundo enche-me de uma ansiedade terrível. Os olhares cravam-se-me na pele como facas. E cada vez mais, e cada vez com mais intensidade. Os meus olhos não param. Dança macabra.

-diz?
-desculpa estava a pensar noutra coisa.

É inevitável. É uma espécie de protecção, ao sobrecarregar-se desliga. Parte para parte incerta, nos confins do nada.

Deixa-me tocar o céu, sentir o vento na face. Deixa-me cair, e sentir o pânico da queda. Deixa-me embater no chão, e sentir o meu corpo esmigalhar-se em centenas de pequenos pedaços.

Não me acordes. Eu sei que está chegar. Mas deixa vir. Cá estarei para acolher de braços abertos. Ou pelo menos com a indiferença devida.

-sim?
-hummm talvez aquele ali
-sim esse

E esta neblina, que faz aqui? Não te consigo ver. Estás ai?

-vamos?
-ok

sexta-feira, 11 de abril de 2008

São muitos os momentos de dúbia comunicação entre a mente e o corpo. Parece-me que os dois querem correr, mas em sentidos opostos. Parece-me. Pois sou como um bocado de cada, que uma vez arrancados se juntaram e formaram uma identidade exterior. Exterior ao corpo. Exterior á mente. Daqui têm-se uma visão fantástica, pelo menos se pensarmos que tudo o resto é de outro alguem. Neste momento corpo e mente querem correr para ti. Mas não se mexem. Estão a olhar para mim, saberam que existo? Ou fixam apenas o mesmo ponto no vazio?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

The Tracey Fragments







Tracey Berkowitz: When things happen to people, they radiate a light. Because they have a picture caught inside them. Because they were there and you weren't. And because you only got a piece. And because all you can do is shrink and blow up that one tiny piece.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Um dia hei-de acordar e, ao abrir a janela e ao sentir os primeiros raios de sol a aquecer-me a cara, sentir-me-ei completo.

Se pelo menos me sentisse desafiado. Se pelo menos me sentisse a meio caminho de algo. Se pelo menos as minha pegadas ficassem marcadas no caminho que percorro.


Se pelo menos esta dor doesse...

O meu fim começa a reclamar por um princípio. Os meus olhos buscam incessantemente um ponto para se fixar. O meu corpo. inerte, quer pular.

Dá-me a razão. Dá-me o motivo. Dá-me a vontade. Dá-me a força.

Deixa-me roubar-te a liberdade.


(tenho pena, mas já não sou uma criança...)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Em electricidade existe um conceito técnico que dá pelo nome de histerese. Histerese é então a capacidade de algo manter as propriedades na ausência daquilo que as gerou. Ou seja, temos algo que atingiu determinado estado devido á acção de determinada condição e extinta essa condição esse algo mantem esse estado até que por acção do inverso da condição ele desapareça.

O_o

A analogia humana disto dispersa-se por vários conceitos. Histerese humana seria então a quantidade de coisas que teriam de acontecer para negar um acontecimento inverso. Ou seja, por exemplo a quantidade de coisas boas que teriam de acontecer para esquecer uma má ou vice versa. Ou, mais simples ainda, a quantidade de tempo pela qual conservamos o momento.
Um acontecimento é uma coisa passageira, mas, conforme a sua dimensão, provoca em nós uma mudança que se perlonga para além da sua duração, até que o tempo ou um outro acontecimento inverso a este apaga em nós as suas consequencias.
Sinto que cheguei a um ponto onde esse conceito desapareceu em mim, para o bem e para o mal. Vivo as coisas, mas elas não deixam qualquer marca em mim, e isso torna a minha dependência de acontecimentos em algo exageradamente grande. Sinto-me impermeável, as coisa escorregam por mim, como as gotas de água num guarda chuva. E, tal como o guarda chuva precisa de uma chuva constante para se manter molhado, preciso eu de uma permanente sucessão de acontecimentes para me manter vivo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Know the world in yourself. Never look for yourself in the world, for this would be to project your illusion"

É incrivel como algo pode nascer de tão pouco.

Como quem, de olhos fechados, fixa com os seus olhos o mundo, fixo eu aquilo que mais mundo não é.

se voltares

se alguma vez pensares em vir

I wish you well

and here there's nothing good

Talvez seja preciso olhar com a razão...

Será possivel?



I have no lies or truth in what I say
there is no meaning
the words are numb and I am so afraid
there is no meaning

domingo, 6 de abril de 2008



I've been watching you
Not waiting for the right moment to make the first move
Do you want to know
Why I keep avoiding your eyes
And why I'm running away?
It's crazy, I know
I've been conceiving you for too long
Or maybe I'm destined to be alone?
Or maybe there's someone who will understand
That I'm not able to share my world?
I'm still running away
It's crazy, I know

Conceiving You - Riverside

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um rio. Há uma altura das nossas vidas em que somos arrancados da nossa pequena poça de água e atirados ao rio. A principio, desconhecedores do que nos aconteceu, somos arrastados pela corrente sem oferecer qualquer resistência, é novo e até é engraçado. Depois durante a viagem rio abaixo aparecem os primeiros troncos que na sua superficie flutuam , neles batemos violentamente, ficamos inconscientes, sem saber muito bem o que nos aconteceu, sem perceber o porque deles se encontrarem ali, com o tempo habituamo-nos ao facto de eles ali estarem e vamos tentando por qualquer meio desviarmo-nos deles. Ao nosso lado outros como nos são arrastados tambem, sem nos apercebermos um deles, para evitar embater nele, empurra para cima de nós um dos troncos que no rio flutuam, espantados desviamo-nos rapidamente tentando-o evitar tambem, olhamos para o outro lado para seguir o seu trajecto e vimos alguem ser esmagado por ele. Esquecemos. De repente alguem nos avisa e nos livra de num outro embatermos, olhamos para a sua acção e pensamos que secalhar não vale tudo e que há coisas mais importantes e maiores do que nós. Pelo caminho vamos percebendo que há quem lute contra a força da corrente, que se tente, com toda a sua força, segurar á margem, não percebemos o porquê, algo bate em nós, olhamos em volta, confusos, não avistamos nenhum dos troncos, só encontramos alguem que fixa o seu olhar no nosso e ri. Estamos perdidos. Tentamos com todas as nossas forças nadar para a margem, esgotados agarramos um ramo que nela se encontra, sentimos pela primeira vez, desde que para o rio fomos atirados, a segurança que conheçemos na nossa pequena poça de água. Levado pela corrente passa algo que queremos muito agarrar, esticamos um dos nossos braços e conseguimos agarrar nele, lutamos para não largar, mas as forças esgotam-se e temos de escolher, ou largamos, ou por ele somos arrastados. Largamos, depois arrependemo-nos de o ter feito, mas é tarde demais a corrente já o levou. Uma lágrima cai lentamente pela nossa face, depois cai no rio e disolve-se nos milhares de outras lágrimas que nele se encontram.

Depois?

Depois chega sempre aquele momento em que temos de decidir o que queremos. Ou lutamos para sempre contra a corrente, ou deixamo-nos engolir por ela....



We can save this ill-fated race
Who are lost in the ocean of space
Show them the way to reverse their decline
Guide them back on the river of time.

River of Time - Ayeron

quinta-feira, 3 de abril de 2008

:-)

Já não me lembro o que é um sorriso, aquele sorriso, aquela cumplicidade... Olho em volta e só vejo risos ignorantes, risos parvos... Nesta dança de gritos mudos, agora grito eu, depois gritas tu, ou então gritamos todos ao mesmo tempo cada um para seu lado, qual aglomerado de gente doida... Depois rimos, rimos deste e daquele, nunca para este ou para aquele... rimos como se a demência se tivesse apoderado de nós... amanhã já passou e está tudo bem, e voltamos a tirar mais um bocadinho deste, e um bocadinho daquele... mas nem sequer tiramos para nós, tiramos apenas, para privar o outro, nós não precisamos disso, somos perfeitos, demasiado perfeitos....

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Almoust Famous

Lester Bangs: Aw, man. You made friends with them. See, friendship is the booze they feed you. They want you to get drunk on feeling like you belong.
William Miller: Well, it was fun.
Lester Bangs: They make you feel cool. And hey. I met you. You are not cool.
William Miller: I know. Even when I thought I was, I knew I wasn't.
Lester Bangs: That's because we're uncool. And while women will always be a problem for us, most of the great art in the world is about that very same problem. Good-looking people don't have any spine. Their art never lasts. They get the girls, but we're smarter.
William Miller: I can really see that now.
Lester Bangs: Yeah, great art is about conflict and pain and guilt and longing and love disguised as sex, and sex disguised as love... and let's face it, you got a big head start.
William Miller: I'm glad you were home.
Lester Bangs: I'm always home. I'm uncool.
William Miller: Me too!
Lester Bangs: The only true currency in this bankrupt world if what we share with someone else when we're uncool.
William Miller: I feel better.
Lester Bangs: My advice to you. I know you think those guys are your friends. You wanna be a true friend to them? Be honest, and unmerciful.

Ás vezes sinto-me perdido entre a realidade e a realidade ficcionada (seja lá o que isso for) perdido entre o que é e o que poderia ser. Nesses momentos, em que vejo os dois do exterior, tento perceber ao qual dos dois pertenço. Costumo pensar que as estradas paralelas que decidi não percorrer nada são para mim. Tudo bem. E que será para mim aquela em que me encontro? Sinto que pouco mais do que o suporte para com as outras sonhar é. Alguma vez se deram conta de correr para algo que não existe? Sinto que alguem que olha tanto para o que poderia ser não pode estar no caminho certo. Pode? Diz que sim... Diz que está tudo bem...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Será que quando chegarmos existirá um sinal para nos alertar?

Nunca dei pelo inicio das coisas, começam apenas, não sei bem como nem tão pouco por iniciativa de quem, minha não deve ser, porque a pouca vontade que tenho uso-a para pôr fim, e para pouco mais chega... Não vou dizer que por vezes não tenho curiosidade de saber como é dizer as primeiras palavras, fazer o primeiro risco, mas algo em mim me inibe disso. Acho que sou razoalvel a manter vivo, mas dificilmente darei vida...

Can you?



I have a tale to be told won't you listen tonight
Follow me into the core of the fountain of light
Try to imagine that hope is our ship for the soul
Maybe together we'll find there's a place for us all

Center of the universe - Kamelot