Ele era um pequeno ser, tão pequeno que só os mais atentos davam pela sua presença, sempre que alguem olhava para ele, sempre que um olhar se cruzava com o seu, ele sorria, não porque sentisse a necessidade de ser notado, mas porque aquele olhar, aquela atenção dispensada aproximava-o da vida, como se ao ser visto despertasse a vida no olhar de quem o olhava, porque a vida está nas pequenas coisas, por isso sentia que a vida estava em si, apesar de não ser para si, apesar de ela só poder ser vivida por quem o olhava. Por vezes olhava ele para as pessoas que não o sentiam ali, que olhavam o ceu com uma vontade imensa de o tocar, e pensava que ridiculo era querer tocar o céu quando nem aptos estamos para caminhar com os pés bem assentes na terra, quando nem conseguimos ver o que nos rodeia.
Quero tanto parar e olhar, quero tanto sorrir, quero tanto sentir a vida, quero tanto, tanto, que até estas lágrimas me fazem sentir feliz.
domingo, 6 de julho de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Acho que podemos sempre querer voar mais alto. É muito humana a necessidade de olhar o céu, como se lá em cima pudessemos encontrar algo que não existe ao pé de nós. Sabes que é assim que se perdem as coisas mais importantes, é assim que se deixam fugir as coisas mais bonitas.
Eu acho que já falei sobre isto uma vez, mas a vontade de querer mais, de idealizar algo às vezes só serve para destruir o que já existe à nossa volta. Porque quando sonhamos com algo, quando queremos muito algo e desenhamos cada traço que esse algo representa, o nosso sonho, estamos a fechar a barreira, a apertar o cerco cada vez mais e a deixar tanta coisa para trás. E é tipico do ser humano ser assim. Perdermo-nos no céu quando tudo o que precisamos está aqui em baixo.
Não sei se não será natural sentirmo-nos pequenos num mundo assim. A verdade é que nos andamos para aqui a atropelar uns aos outros nesta sede por mais.
Mas tens toda a razão, a vida está nas pequenas coisas, a vida está em tudo isso. Mas a vida também está em ti e é para ti, tens de acreditar nisso. E querer muito uma coisa é o suficiente para nos levar até ela, para nos colocar frente a frente, para que só falte esticar o braço e assim seja possível tocar-lhe.
Talvez seja ridículo acreditar em algo assim mas não será melhor aproveitar todas as hipóteses que temos para sorrir, para sentir, para existir? Querer mais pode ser um perigo, pode ser uma armadilha mas será que não podemos usar isso numa tentativa de ser mais? E talvez nem seja possível caminhar na terra e muito menos tocar no céu mas não devemos acreditar que sim se por lá passar a nossa felicidade?
Eu acho que sim e acho que uma pessoa especial como tu merece tudo isso.
Se ao menos eu soubesse o que é a vida e de que são feitos os sonhos eu dizia-te, eu dava-te tudo isso. Mas eu não sei, nem sei se alguém saberá. Acho que essas coisas se encontram pelo caminho, um caminho às vezes tão incerto que nos faz duvidar de tudo. Mas eu não tenho dúvidas de que as vais encontrar no teu caminho. E vais ser muito feliz.
beijinho*
Enviar um comentário