terça-feira, 8 de abril de 2008

Em electricidade existe um conceito técnico que dá pelo nome de histerese. Histerese é então a capacidade de algo manter as propriedades na ausência daquilo que as gerou. Ou seja, temos algo que atingiu determinado estado devido á acção de determinada condição e extinta essa condição esse algo mantem esse estado até que por acção do inverso da condição ele desapareça.

O_o

A analogia humana disto dispersa-se por vários conceitos. Histerese humana seria então a quantidade de coisas que teriam de acontecer para negar um acontecimento inverso. Ou seja, por exemplo a quantidade de coisas boas que teriam de acontecer para esquecer uma má ou vice versa. Ou, mais simples ainda, a quantidade de tempo pela qual conservamos o momento.
Um acontecimento é uma coisa passageira, mas, conforme a sua dimensão, provoca em nós uma mudança que se perlonga para além da sua duração, até que o tempo ou um outro acontecimento inverso a este apaga em nós as suas consequencias.
Sinto que cheguei a um ponto onde esse conceito desapareceu em mim, para o bem e para o mal. Vivo as coisas, mas elas não deixam qualquer marca em mim, e isso torna a minha dependência de acontecimentos em algo exageradamente grande. Sinto-me impermeável, as coisa escorregam por mim, como as gotas de água num guarda chuva. E, tal como o guarda chuva precisa de uma chuva constante para se manter molhado, preciso eu de uma permanente sucessão de acontecimentes para me manter vivo.

2 comentários:

M ♑ disse...

Pois, compreendo. Ultimamente tenho me sentido um bocado anestesiada. Parece que tomei um daqueles cocktails explosivos de ansiolíticos e ando aqui tipo zombie (desculpa mas tinha de referir qualquer coisa relacionada com o mundo farmaceutico :x ). Estou a precisar de um valente abanão.

Quanto ao teu comentário não sei, sinceramente, se alguém conseguirá ser feliz só e apenas com a felicidade dos outros. Eu, pelo menos, acho que não consigo mas provavelmente sou eu que sou muito má pessoa e que quero sempre um pouco dessa felicidade para mim.

Uma das melhores experiências da minha vida foi o concerto de Nine Inch Nails no ano passado. Acho que nunca me tinha sentido tão bem num sítio fechado e com tanta gente. Foi algo extraordinário mesmo.

Err...mas tu sabes quem eu sou? Nem quero imaginar qual foi o concerto :x

beijo*

Adinatha Kafka disse...

Se tal facto se comprovasse no ser humano..é que não me importava nada de me manter neste estado até sei lá quando :)
Mas dá ideia que ao contrário (algo muito mau ficar mesmo marcado) acontece mais facilmente...

Ah sim! O concerto de NIn foi completamente incrível. Uma coisa que tb gosto de fazer é observar as pessoas, não nos concertos mas nas festas de trance. É estranhissima a mutação que acontece quando o sol nasce...