domingo, 26 de outubro de 2008

deixa-me acreditar agora, que o sol vai voltar, que o mundo não me vai deixar cair neste chão, agora frio, despido de ti e das tuas pegadas, faz com que o peso do teu corpo crave em mim a sua marca.

Não consigo deixar de olhar para cada partida, para cada movimento lateral da minha mão no ar, aquele gesto que nos possui na hora de deixar. Cai algo no chão e com tudo o que sou, reunindo todas as minhas forças curvo-me para o apanhar e voltar a guardar, até ao dia em que o sol volte a brilhar.

terça-feira, 21 de outubro de 2008



I had a dream
that we could see
something farther than we now see
as a child
I will keep
just as long as we believe
in love

tudo faz parte da eterna historia, não mais que um momento guardado, repetido vezes sem conta, perdendo o sentido a cada realização, sonho gasto, mal tratado, não é ele, és parte dele, são as tuas mãos sem um sitio para te segurar. pára agora, deixa passar tudo o que te levou, faz-te á estrada e volta ao sitio de onde partiste, historia contínua do teu eterno vazio.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008





I'd like to be able
To make a decision.
I'd like to be stronger,
But it's getting harder.
I'm just a coward
Loosing his mind.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

aqui estou, semente de mim, será eterna?

como uma planta, ciclo natural, cair e levantar, como a eterna semente de mim. no fundo aquilo que és acaba sempre por voltar a crescer. onde? depende da força do vento, ou para ti, semente de mim, depende da força dos sonhos. cair ao chão é apenas abandonar algo que morreu, crescer é apenas depositar isto que és num chão de sonhos e deixares-te florir. és sempre, mesmo que o deixes de ser para ser algo maior, és sempre mesmo quando seguras o mundo nas mãos, és sempre mesmo quando deixas cair as primeiras gotas, és sempre mesmo quando te falta as forças e te estilhaças no chão. és e serás eternamente

até que os sonhos te abandonem

terça-feira, 14 de outubro de 2008

aqui não mais que um muro.

as costa nele fixas, a cabeça baixa, não sei para onde foi a força, aquela que necessito para saltar daqui. no outro lado o mar. aqui neste lado um som, que faz lembrar o medo, consome tudo o resto, restasse ainda alguma coisa. grito mudo. grito que sou capaz.

será que os peixes ouviram?

domingo, 12 de outubro de 2008

aqui chega. ponto de partida de sempre, para sempre.

é sempre assim, um sonho vivido, trazido aos pés de quem não sabe agarrar-se aos fios da vida, não se sabe atirar sem medo de ficar preso no seu emaranhado. conseguirás caminhar por entre os pingos de chuva que caem deste ceu carregado de hipoteses, terás a força para abrir os olhos e ver que nada é nada, para alem do sonho que sonhas. agora acorda, olha pela janela e ve como está limpo o teu dia, sem uma unica folha caida no chão que pisas. encontras então a razão, os teus olhos não vêm, as imagens são tranportadas até ti pela tua propria necessidade de as ver, a chuva cai mas não molha, o sol brilha, mas não consegues sentir o seu calor.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

num instante tudo deixa de estar no sitio onde estava. momentos antes tudo estava ali, imovel, na estante da inutilidade, tudo é inutil se não lhe dermos utilidade, ou tudo o que pode ser utilizado se torna inutil, já não sei. de repente, nesse instante, alguem corre pelo enorme vazio até á estante e espalha todo o seu conteudo pelo chão. o silencio desaparece e os gritos invadem toda a sala, é esse o preço da acção, sentes o calor desses gritos? já esqueceste o frio do silencio? não deixes de o escutar não arrumes os sentimentos agora espalhados pelo chão do teu ser, deixa que essa força que não compreendes te invada e que pelo menos te faça sentir vivo, consegues sentir a vida?

escuta o seu grito

domingo, 5 de outubro de 2008

a força confunde-me agora, quando mais preciso dela, um rasto negro sobre a linha das pegadas que deixo, como se tudo fosse um gesto maligno, acho-me aqui, perdido, num mar de lagrimas sem saber se sou sequer capaz de por mais uma vez expelir o ar de dentro de mim. querer dá-nos, e ao mesmo tempo tira-nos tudo, por mais que tente acreditar que no dia serei capaz, fujo do dia porque tenho as mãos cheias de nada, sou um barco perdido em alto mar, que navega em direcção a um ponto imaginario, julgando ser o que por fim se possa chamar terra. e se não mais que isso for? não mais que um produto da minha imaginação.


so help me disappear
or to believe in a change
no way out of here
that i can see
or the nightmares that burn
into my head at night
make them disappear
so i can breathe