O pensamento leva-me até á inutilidade do movimento, e nesse momento páro, não interessa o que estou a fazer, porque estar a fazer tem uma importançia relativa perante a inutilidade do movimento. Quando páro percebo a obsessão que me move, a forma doentia como olho para tudo o que me rodeia e que o movimento não me deixa ver. A obsessão é como estarmos num carro que segue a grande velocidade pelo meio de uma cidade, e nós, olhando para o lado, não mais vemos que imagens desfocadas de pessoas, de casas, de arvores, nunca as vimos realmente, vimos apenas uma mancha que serve de pano de fundo ao interior do carro onde seguimos, lá dentro, tudo faz sentido, tudo são imagens nitidas, pelo menos até que ele pára. A imobilidade devolve-me a tristeza de ser um perfeito idiota, e a percepção de que nada posso contra isso.
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