Talvez o céu tenha deixado cair, talvez nessa queda vertiginosa a força do ar sobre os olhos tenha deixado nele o rasto das lágrimas. Sentiste a força do teu peso sobre o chão?
não sei, nunca o saberemos. caminhei sempre sem nunca marcar no chão uma uníca pegada, não, nunca pairei, o peso morto do meu corpo é que nunca teve a força para penetrar na terra, por medo tambem nunca o desejei. agora dou dou por mim nesta ânsia de o querer. mas o medo não partiu, está aqui, ao meu lado, agora mesmo que estas letras se juntam de forma desconexa. mas ele hoje olha para mim de uma forma diferente, como diferente é a forma que olho para o hoje e como para ele olharei amanha, com a devida distância, talvez ele me olhe do futuro, significando eu não mais que um passado. não sei, nunca o saberei. talvez não o percebas, mas eu sei que a vida não é mais que o brilho dos teus olhos, e que se encerrará com o simples cerrar das tuas pálpebras.